MANIFESTO A FAVOR DA GARANTIA DE PADRÃO DE QUALIDADE NO ENSINO BRASILEIRO

MANIFESTO A FAVOR DA GARANTIA DE PADRÃO DE QUALIDADE NO ENSINO BRASILEIRO
A importância deste abaixo-assinado

"Melhor é a repreensão aberta do que o amor secreto”
(Provérbios 27:5)
Os textos bíblicos selecionados para esta manifestação possuem caráter didático e filosófico. Ainda que o leitor seja ateu haverá proveito e será de fácil compreensão porque a civilização ocidental tem como herança os fundamentos da filosofia grega, do pragmatismo romano e da fé cristã.
O objetivo principal é apontar dois grandes problemas que prejudicam a qualidade do ensino brasileiro com reflexos desastrosos na educação e na estrutura social do país, quais sejam, o analfabetismo funcional e a vassalagem cognitiva aos modelos de pensamento de países considerados desenvolvidos, especialmente os europeus e os norte americanos.
Nós, o povo brasileiro, construímos este país com fé, conhecimento, sangue, suor, lágrimas, ferro, fogo, pólvora, trabalho e muito dinheiro. O comprovante de compras impresso no mercado, na farmácia e nos estabelecimentos comerciais nos lembra de nossa participação no Orçamento Público por meio dos impostos pagos. Com isso, esperamos que a receita gerada pelos tributos seja executada de forma sábia, honesta e zelosa, por meio de uma despesa pública que traga a contrapartida em serviços públicos de qualidade. Esse é o grande desafio. No caso do Ministério da Educação (MEC), embora receba o aporte de mais de cem bilhões de reais todos os anos, tenha atingido a universalização do ensino infantil e valorizado a carreira do professor, o órgão não alcança resultados satisfatórios quando os alunos são submetidos a avaliações de ensino nacionais e internacionais. O que fazer para mudar esse quadro? Vamos fugir dos testes ou há formas de se combater a baixa qualidade da educação brasileira?
Segundo o Princípio de Pareto, 80% dos resultados obtidos derivam de 20% dos esforços despendidos. Logo, focar nas principais causas da má qualidade do ensino otimiza a realocação de esforços e tarefas para a obtenção de melhores resultados em menos tempo. Pela regra 80/20, por exemplo, combater o analfabetismo funcional e a vassalagem cognitiva das lideranças do país promoverá, em tese, resultados significativos na melhora da educação.
O analfabeto funcional, embora saiba ler e escrever frases curtas e efetuar pequenos cálculos, é incapaz de atingir um nível que permita seu desenvolvimento e funcionamento na sociedade, em casa, na escola e no trabalho. O conceito surgiu no final da década de 1930, em plena Segunda Guerra Mundial. Era uma forma dos comandantes norte-americanos diferenciarem os soldados aptos a entender instruções por escrito dos que não conseguiam fazê-lo. Estava em jogo o sucesso dos combates. A dificuldade de compreender e relacionar textos e aplicar a matemática, portanto, incapacita o analfabeto funcional de lidar com suas demandas em sociedade e inviabiliza o seu crescimento intelectual.
Por outro lado, o documentário Pátria Educadora da Brasil Paralelo conclui que "uma sociedade de analfabetos funcionais constitui um grande risco”. Isso porque, nessas pessoas, existe a profunda deficiência de correlacionar signo, significado e referente. O signo é a palavra, o substantivo que nomeia as coisas; significado é a definição do signo, da palavra; referente é aquilo que existe e serve de exemplo para o signo, é o correspondente no mundo real. Tais ideias ficam melhor evidenciadas com uma ilustração específica.
A palavra genocídio, por exemplo, for criada por Raphael Lemkin em 1944 combinando o termo grego “genos” – raça, grupo - com a raiz “cedere" – matar. O objetivo de Lemkin era nomear com precisão o crime sofrido pelos armênios em 1915, na Turquia. O dicionário Michaelis, disponível na internet, por sua vez, define genocídio de duas formas:
1. Destruição total ou parcial de um grupo étnico, de uma raça ou de uma religião através de métodos cruéis.
2. Eliminação de povos com utilização de prevenção de nascimento, desaparecimento de crianças e condições subumanas de vida.
No Brasil, o genocídio for tipificado como crime na lei n° 2.889 de 1956, sancionada por Juscelino Kubitschek. Sua definição no artigo 1° é muito clara e restritiva. “Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso". Para a lei, é considerado genocídio quando há intenção de destruir um grupo. Sem grupo e sem intenção de destruir, não há crime de genocídio no ordenamento jurídico brasileiro. Genocídio é crime hediondo, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
Uma vez conhecido o signo - genocídio - e seu significado, falta identificar adequadamente os seus referentes para completar o entendimento. A referência mais imediata é a que despertou o interesse pela criação da palavra, ou seja, o massacre estimado de 1,5 milhão de armênios na Turquia por Talaat Pasha. Entretanto, é no socialismo que encontramos pelo menos quatro dos mais perversos exemplos de genocídio. São eles:
1. Gulags (campos de trabalho forçado) soviéticos. Estimativas conservadoras apontam para 1,7 milhão de mortos, segundo o jornal Gazeta do Povo;
2. O Holodomor provocou 14,5 milhões de mortos na Ucrânia na década de 1930 por falta de comida devido ao confisco das plantações e fechamento das fronteiras ordenados pelo ditador russo Joseph Stalin, de acordo com os historiadores Thomas Woods e Robert Conquest;
3. “O horror da China comunista e seus pavorosos campos de morte” é o artigo da página Mises Brasil na internet que aponta mais de 40 milhões de mortes, em sua estimativa mais baixa, entre os anos de 1949 e 1976. O extermínio do equivalente à população do Estado de São Paulo, nesses 28 anos, foi resultado da Revolução Comunista chinesa promovida por Mao Tsé-Tung.
4. Outra mancha na história da humanidade foi a matança de quase dois milhões de pessoas, um quarto da população do Camboja, entre os anos de 1975 e 1979 pelo ditador Pol Pot, líder do Partido Comunista ou Khmer Vermelho. Vale a pena pesquisar a vida de Malcolm Caldwell nesse período e o que o regime fez com ele em retribuição.
O nazismo alemão é também um referente do genocídio, talvez o mais conhecido e documentado. Em torno de seis milhões de judeus foram mortos no holocausto perpetrado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra. Além desses, o massacre em Ruanda também é referência de genocídio. Em 1994 a maioria étnica hutu abateu em cem dias 800 mil pessoas da minoria tutsi.
Genocídio é um crime horrendo.
Signo, significado e referente. Uma pessoa alfabetizada sabe correlacionar o nome, seus significados e os casos concretos da realidade. Em contrapartida, um analfabeto funcional, devido a suas deficiências de conhecimento, é incapaz de fazer esta associação e vive sem referências, segue a opinião de seus camaradas mais próximos nomeando equivocadamente os acontecimentos e coisas do mundo real.
O problema do analfabetismo funcional pode ser resolvido com ensino de qualidade a fim de resgatar a capacidade do indivíduo de relacionar adequadamente o repertório adquirido e prosperar como ser humano. Contudo, quando esta incapacidade de bem correlacionar signo, significado e referente é utilizada como máscara para encobrir mentiras, o resultado é a deterioração do tecido social, das instituições, dos valores e da vida em sociedade.
Jesus soube lidar com os analfabetos funcionais de seu tempo, os doutores da lei. Conquanto ocupassem posição de prestígio, eram analfabetos funcionais de uma categoria sutil - os mentirosos. Observe o texto:
“Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.
Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.
Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.” (João 8:43-45)
Recentemente o partido liberal (PL) entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) denunciando, entre outras coisas, propaganda eleitoral negativa feita pelo candidato Luiz Inácio. Entre outros xingamentos ao Presidente da República estava o de genocida. Entretanto, os pedidos liminares foram negados com uma multidão de palavras requentadas de outras decisões para esconder o analfabetismo funcional dos ministros que formaram maioria na decisão. Diz uma das explicações para a negativa:
"O direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. Ressalte-se que mesmo as declarações errôneas estão sob a guarda dessa garantia constitucional."
Que texto lindo!
Não fosse por um pequeno deslize, tudo estaria perfeito...
Ministros, "genocida” não é opinião. É acusação de crime, lembram? Os senhores não conhecem a lei? Ainda que não conhecessem, o desconhecimento da lei é inescusável consoante o artigo 21 do Código Penal.
Genocídio é crime hediondo, aquele que acusa um brasileiro de ser um genocida deve provar a acusação feita. De outra forma, incorre no crime de calúnia. Data vênia…
Calúnia (Código Penal, artigo 138):
“Caluniar alguém imputando-lhe falsamente fato definido como crime”
Mais uma vez. Signo: calúnia; Significado: caluniar alguém imputando-lhe falsamente fato definido como crime; Referente: fala de Luiz Inácio em ato público. "Se alguém conhecer alguém do agronegócio nesse país, desses que tão comprando arma, desses que diz que não gosta do PT, desses que diz que não gosta dos sem-terra, perguntem pra eles quem é que fez mais bondade para o campo e o agronegócio, se foi o PT, ou se foi esse GENOCIDA que tá aí. Esse GENOCIDA não fez absolutamente nada.”
Nós, o povo, pagamos um custo muito elevado para manter a justiça eleitoral, mais de 10 bilhões de reais todos os anos. Só para o TSE são destinados mais de dois bilhões de reais anuais. O custo do Supremo Tribunal Federal (STF) saltará de 714 para 851 milhões de reais em 2023 (mais que o dobro do valor do prêmio da Mega da Virada de 31/12/2021), caso seja aprovado no Congresso. O mínimo que se espera dos ministros dessas cortes é a alfabetização completa e o notável saber jurídico, a pacificação das eleições, a transparência, o respeito à Constituição e às leis e a aplicação da justiça sem parcialidade.
O que acontece há muito tempo, no entanto, é a perversão do direito nas decisões de ministros. A pirâmide hierárquica de Poder Judiciário está invertida. STF e TSE hoje são o apêndice da estrutura por conta de notável imparcialidade, suspeição de alguns ministros e ativismo judicial da maioria deles.
O mesmo raciocínio utilizado para discorrer sobre o genocídio e as distorções de seus referentes, promovidas pelos analfabetos funcionais de toga, pode perfeitamente ser aplicado a outras palavras e expressões igualmente deturpadas tais como: fascismo, atos antidemocráticos, milícias digitais, gabinete do ódio e tantas outras falácias.
Há pouco mais de um ano, dia 7 de setembro de 2021, o povo brasileiro autorizou o uso do artigo 142 da Constituição caso houvesse conflito entre poderes. Ocorre que o Poder Executivo e o Poder Legislativo tiveram suas competências usurpadas por ministros do STF e foram ludibriados por sucessivas promessas de recuo que nunca se concretizaram. Pior, depois de sentir o gosto do poder “absoluto”, o descalabro aumentou a ponto de ser questionado em recente matéria do jornal The New York Times.
A nação brasileira confia nas Forças Armadas e tem o Exército Brasileiro como guardião, braço forte e mão amiga. Nós, o povo, queremos a paz e respeitamos o Contrato Social. Mas a Constituição foi rasgada e a corda arrebentou, agora vale tudo. O Senado federal é chamado a cumprir seu papel e impor limites aos ministros de STF, porém, poucas vozes se levantam contra os abusos. A maioria dos senadores está escondida atrás de seu presidente. Em evidente conflito de interesses por possuir causas a serem julgadas na corte constitucional, Rodrigo Pacheco não pauta os pedidos de impedimento de ministros do STF.
Senhores ministros, estudem a história. A primavera chegou. A identidade nacional e a noção de pertencimento do povo brasileiro começou com a Batalha dos Guararapes. Muitas outras guerras, revoltas, rebeliões, levantes, inconfidência, movimentos e revoluções depois terminaram por consolidar as fronteiras e a soberania da nação. Somos pacíficos até a página 2, perguntem ao Exército. Todo o poder emana do povo. Fatias desse poder são divididas igualmente entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. As togas não são dos senhores, são do povo brasileiro. Se, por um instante sequer, passar por suas mentes a ideia de usurpar este símbolo de poder para si mesmos, lembrem-se de Mohamed Bouazizi. A imolação deste tunisiano desencadeou a Primavera Árabe e a desgraça de muitos ditadores aparentemente invencíveis. Suas “torres de marfim", granadas, morteiros, atiradores de elite e seguranças pessoais não serão suficientes se o povo resolver por fim à ditadura da toga. Quem dera esse alerta servisse como a pregação do profeta Jonas... Arrependei-vos!
Atentem ao que diz profeta Isaías:
“... e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.” (Isaías 5:7b)
“Portanto o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede.” (Isaías 5:13)
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!
Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!
Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte;
Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça!” (Isaías 5:20-23)
Observem o conselho do rei Salomão:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Provérbios 28:13 )
Quatro pontos merecem destaque nesse provérbio.
1. A premissa do reconhecimento. Se a pessoa não reconhece que suas atitudes estão equivocadas, nunca irá considerar a correção.
2. Arrependimento. Reconhecer apenas não é suficiente. Além disso, é necessário ter consciência do efeito nocivo e arrepender-se.
3. Confissão. Reconhecer e se arrepender ainda não transforma a vida da pessoa, é a confissão que atesta o desejo de melhorar a conduta.
4. Deixar de praticar a transgressão. O cafajeste reconhece, arrepende-se e confessa seus desvios, mas nunca deixa de praticá-los. É o quase-ganha, apelo irresistível para enganar as pessoas. Ele não sabe que segue em direção ao fundo do poço.
A prosperidade vem depois de reconhecer, arrepender-se, confessar e deixar a transgressão.
Uma variante perniciosa do analfabetismo funcional é a vassalagem cognitiva aos modelos de pensamento europeu e norte americano, apontada no início deste manifesto. Não se trata de inventar a roda. O conhecimento é infinito, mas a capacidade humana de processar e expandir a ciência é limitada. Por isso não se deve nunca desprezar o que já foi acumulado pela civilização humana. São irreparáveis os danos feitos aos avanços do conhecimento, por exemplo, na perda causada pelo incêndio da biblioteca de Alexandria ou na destruição de civilizações como os incas, maias e astecas. A ciência está em constante transformação, cada experiência deve ser celebrada.
O apóstolo Paulo disse aos colossenses qual é a fonte da sabedoria e do conhecimento.
“Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo,
em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” (Colossenses 2:2,3)
O que se nota, contudo, no tocante ao conhecimento produzido no mundo, é que parte da elite, líderes e governantes do país copiam e colam o que veem no exterior sem ao menos refletir o que significa cada ideia. Se é moda na Europa, ninguém questiona. Assim, agem feito as mulheres do Rio de Janeiro de 1808, que tosaram os cabelos para imitar as mulheres da corte portuguesa recém-desembarcada. Mal sabiam elas que as nobres haviam rapado as cabeças por conta de uma infestação de piolhos nos navios durante a viagem de Portugal para cá.
A prática do “copia e cola” do modelo de vanguarda ficou assim registrada por Tobias Monteiro em História do Império.
“Quando as vissem chegar tonsuradas, todo o belo sexo do Rio de Janeiro haveria de tomar a operação como requinte da moda e, dentro em pouco tempo, as fartas cabeleiras das cariocas caíram, uma a uma devastadas à tesoura."
Parece absurdo, engraçado? Acontece cotidianamente, basta ver o excesso de estrangeirismos nas comunicações oficiais. Tem método. O uso excessivo de palavras em inglês manifesta a intenção de esconder ou distorcer o significado das palavras.
Lockdown? Porque não chamar pelo nome correto? Cerceamento de direitos ficaria melhor, ou restrição da livre locomoção em território nacional em tempos de paz. Pode ser também limites ao direto do trabalho e livre iniciativa, ou ainda, imposição do toque de recolher.
Fake news ou notícias falsas? Será a palavra – mentira - a tradução correta? Eles não têm referentes, pode ser o que eles quiserem.
Homeschooling... por que não ensino doméstico?
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da República ensina na página 83:
“O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em contextos em que não cabem é em geral causado ou pelo desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua ou pela incorporação acrítica do estrangeirismo."
A severa dependência intelectual dos governantes brasileiros e de ministros do STF do TSE de tudo o que é pensamento novo produzido nas nações ditas desenvolvidas fez com que houvesse o renascimento da censura durante a pandemia. Toque de recolher, proibição do uso de medicamentos fora da bula, imposição de máscaras faciais e passaporte da vacina foram algumas medidas arbitrárias, supostamente em nome de ciência, que fizeram proliferar um sem número de “pseudoditadores" pelo país. Exceção feita ao Presidente Jair Messias Bolsonaro e à Suécia, os países “desenvolvidos” não deram espaço para o contraponto saudável de ideias, necessário à solução de um problema inédito. Nesse aspecto, muitos governadores, prefeitos e ministros do judiciário se comportaram como mulas amestradas, dispostas a carregar as “infalíveis” ideias americanas, canadenses e europeias para serem bem recebidos em palestras no exterior.
É a vassalagem cognitiva a responsável pela importação do neoconstitucionalismo, o qual pariu o consequencialismo jurídico "criativo", vertente do analfabetismo funcional em terras brasileiras. Isso é o que provoca a politização e o ativismo do judiciário, práticas abominadas pela maioria da população brasileira. Um abismo chama outro abismo. Essas teorias não encontram guarida na Constituição como bem discorreu Ives Gandra em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo em 17/07/2020.
Recomendo a leitura do Salmo 73 tendo em mente o seguinte título: Lugares Escorregadios.
A polêmica é a fornalha que expurga toda a escória do pensamento, é o cerne da liberdade de expressão. Não é possível retroceder dois mil anos na construção do pensamento, aceitar a censura, exceto se o povo parar de buscar o conhecimento.
A Bíblia registra o exercício da liberdade de expressão em Atenas há quase dois mil anos.
“E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele (apóstolo Paulo); e uns diziam: Que quer dizer este tagarela? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.
E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto.
(Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).” (Atos 17:18-21)
Este manifesto é proposto para elevar o nível da discussão sobre o ensino. Por isso, práticas como o “inquérito do fim do mundo", "crimes de opinião", prisão de pessoas sem foro privilegiado, prisão de Daniel Silveira, perseguição à família do Presidente Bolsonaro, fatiamento do impedimento da ex-presidente Dilma (abraço forte ao povo mineiro), suspeição de ministros, acúmulo de funções de servidor público da justiça numa mesma figura, devido processo legal e suas distorções, usurpação das competências constitucionais do Ministério Público e aberrações semelhantes a estas serão sumariamente descartadas. Tais práticas são fruto do analfabetismo puro e simples e os que cometem estas iniquidades devem ser absolutamente impedidos de exercer seus cargos públicos e imediatamente afastados a bem do serviço público.
“Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” (Eclesiastes 8:11)
Garantia de padrão de qualidade no ensino é princípio insculpido na Constituição federal, artigo 206, inciso VII. Exortamos a todos os ocupantes de cargo eletivo, presidente, governadores, prefeitos, vereadores, deputados e senadores, também aos membros do Ministério Público e a todos os advogados - funções essenciais da justiça - que defendam suas prerrogativas irrenunciáveis e competências constitucionais das investidas dos ministros dos tribunais superiores como forma de combate ao analfabetismo funcional. O exemplo deve partir das altas autoridades do país para as salas de aula. Aqui cabe uma paráfrase do conselho de Mardoqueu (ESTER 4: 14):
Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os BRASILEIROS, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este MANDATO?
A qualidade de ensino deve ser refinada pela polêmica, promovida pelo debate de ideias e medida constantemente pela avaliação. São os dados obtidos pelas avaliações que permitem o controle de qualidade do ensino. Controle é uma função do processo administrativo, procura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações com a finalidade de subsidiar os tomadores de decisão para corrigir ou reforçar o desempenho quando comparado aos padrões estabelecidos. Desse modo, é fundamental utilizar as diversas avaliações de ensino promovidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) para aprimorar a educação brasileira. Diversas ações foram implementadas nesse sentido nos últimos quatro anos, fruto das avaliações de ensino, na tentativa de corrigir graves deficiências históricas da aprendizagem brasileira, tais como: criação de secretaria dedicada exclusivamente à alfabetização; Política Nacional de Alfabetização (PNA); programa TEMPO DE APRENDER; programa CONTA PRA MIM; adesão ao PIRLS (exame internacional que mede o nível de leitura); aplicativo GRAPHOGAME (aprendizagem infantil remota); curso Alfabetização Baseada na Ciência (ABC). Por fim, avaliar os professores em pelo menos duas ocasiões distintas por ano contribui também para delinear de modo claro os desafios a serem enfrentados na melhoria da qualidade do ensino.
O pensamento de William Edwards Deming estabelece critérios para tratar da qualidade de gestão:
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia.”
O ciclo de Deming pode ser aplicado à qualidade do ensino na busca por resultados satisfatórios. Além das avaliações, é necessário reformar a Constituição, tornar o ensino incondicionalmente livre à iniciativa privada com a revogação dos incisos I e II do artigo 209 da carta magna. Cada região deve ter a liberdade de ajustar suas necessidades de ensino aos modelos mais competitivos. Por fim, dissociar ensino, pesquisa e extensão universitária é fundamental para respeitar as vocações e habilidades pessoais dos que trabalham com educação, consoante as melhores práticas da Gestão de Pessoas. É possível alavancar a pesquisa e a extensão dentro das universidades com parcerias público-privadas e, assim, mudar o paradigma da pesquisa pela pesquisa. Muitos problemas empresariais e industriais podem ser resolvidos com soluções investigadas pela universidade.
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Eclesiastes 9:10)
Emprego, auxílios, transferência de renda e Estado não geram riqueza. Trabalho, sim. Emprego é recente, surgiu a partir da Revolução Industrial; trabalho existe desde a fundação do mundo. Falta emprego, trabalho jamais faltará. Onde houver um problema a ser resolvido, há uma oportunidade de trabalho. É possível aperfeiçoar as habilidades das pessoas para exercer o trabalho por meio do ensino de qualidade, mas antes o brasileiro precisa repensar o trabalho.
Desse modo, todos aqueles que são favoráveis à garantia de padrão de qualidade no ensino brasileiro e entendem que o analfabetismo funcional deve ser combatido, especialmente sua face mais perversa - a vassalagem cognitiva aos modelos de pensamento europeu e norte americano -, assinem o manifesto e compartilhem as ideias. Os que são contrários, não assinem. Porque antes da educação vem a liberdade. Há meios eficazes de se alavancar a qualidade de ensino, como foi visto. Precisamos buscar conhecimento e conscientizar as famílias; cobrar dos representantes do povo a defesa de suas prerrogativas; costurar o tecido social rompido; utilizar os resultados das avaliações periódicas de alunos e professores para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem; reformar a Constituição; estabelecer a liberdade incondicional do ensino privado.
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
Suponha-se que nenhuma solução seja viável. Nesse caso, resta convocar uma Assembleia Constituinte exclusiva como a defendida por Ives Gandra da Silva Martins no artigo intitulado “Só uma Assembleia Constituinte exclusiva colocará o país nos trilhos”, publicado na Folha de São Paulo em 11/10/2003. Em caso de ruptura, nova Constituição.
Em memória do Professor Olavo de Carvalho:
“Discutir com o analfabeto funcional é desesperador porque, não entendendo o que ele próprio diz, pode mudar retroativamente o sentido das suas frases quantas vezes desejar. O analfabeto funcional vive num mundo de puras frases onde não há verdades ou mentiras, só vaias e aplausos.”
Deus abençoe a nação brasileira.
Brasil, 2 de outubro de 2022.
Leonardo Janussi Sampaio (CPF 646.629.855-87)
“Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.”
(2 Coríntios 13:8)
Tomadores de decisão
- Victor Godoy VeigaMinistro de Estado da Educação