VAMOS DEBATER SERIAMENTE SOBRE A VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA UnB: SEM MAIS 'LOUISES' MORTAS
VAMOS DEBATER SERIAMENTE SOBRE A VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA UnB: SEM MAIS 'LOUISES' MORTAS
A importância deste abaixo-assinado

Eu me chamo Marcelo Holanda, tenho 26 anos e sou estudante de Letras/Espanhol da Universidade de Brasília/UnB.
O que me traz aqui não é nada suportável. É um horror! Chegou-se ao cúmulo do absurdo!
Uma jovem de 20 anos teve sua vida destruída, e acabada, por um rapaz que se intitulou dono dela. Do seu destino. De sua existência. E por ter havido um NÃO de Louise em relação ao assassino, a moeda de troca foi o sangue dela. Que hoje faz parte de um dos inúmeros gramados da UnB.
Não bastasse a crueza e crueldade de um crime tão bárbaro, o feminicídio - QUE MUITOS(AS) TENTAM RETIRAR DA PAUTA -, o fato aconteceu na semana do Dia Internacional da Mulher, fazendo emergir que a consciência sobre a violência de gênero ainda é tímida, mesmo diante de um horror como o caso Louise.
Não há como mais omitir. Não há como mais tolerar o intolerável: o feminicídio tem suas nuances. É física, é moral, é psicológica, é simbólica. ELAS EXISTEM.
O apelo se dá para que tratemos de enfrentar o caso como se deve, com ações e políticas públicas que permitam a discussão do assunto na esfera acadêmica, no sistema de justiça e no campo social, além de cumular a questão com medidas de segurança pública, a fim de evitar que outras 'Louises' apareçam.
Às mulheres e aos homens que entendem a gravidade da violência de gênero, em que o corpus feminino é afetado, achincalhado, massacrado, estuprado, queimado e morto, um chamado: assinem e vamos levar nossa indignação e tristeza às autoridades, como vozes emergentes e que não se calam.
Em tempo, sabemos que não basta, somente, escancarar a indignação. Algumas sugestões para efetivar nossa discussão e almejar mudanças práticas são:
1. Convidar alunos, alunas e professores a discutirem a violência de gênero em suas classes. O exemplo que tivemos é o da professora Anna More (TEL/IL/UnB), que cedeu seu tempo de aula para os alunos e alunas exporem suas dores, seus medos e suas reflexões para atingir a causa e não apenas o efeito da situação, no dia 15/3/2016;
2. Oferecer um circuito de palestras, dentro dos três 'campi', organizado exclusivamente para o fim de debater sobre o caso de Louise Ribeiro, sobre o imaginário do poder do macho, sobre a resposta efetiva que a UnB pretende dar para que outras ‘Louises’ não existam, além de informar quais outras medidas vêm sendo elaboradas pela Administração da universidade. Pensamos que a gama de professores em seus variados departamentos poderão contribuir com as exposições aos e às estudantes.
3. Definir, para não atrapalhar o calendário acadêmico já achatado, um dia previamente designado, nos três 'campi' e em simultaneidade, com palestras sendo ofertadas e, ao final, a colheita de sugestões materiais por alunos e alunas seria ideal (é preciso ouvi-los/las e respeitar as sugestões da maioria);
4. Colher as sugestões materiais, referidas no item anterior, que abordam o sistema de segurança nas áreas comuns dos 'campi'. Não se pretende, apenas - e se a comunidade acadêmica assim definir -, o policiamento ostensivo. Isso, somente, em lugar nenhum funciona! Mas algumas atitudes podem ser tomadas:
a) reforma geral da iluminação pública nos 'campi', que deixa a desejar;
b) inserção de um circuito interno de televisão para as áreas comuns já citadas, incluindo-se os laboratórios onde alunos e alunas têm acesso a materiais de potencial letalidade, como o clorofórmio utilizado pelo réu confesso Vinícius;
c) além de outras que surgirem após ouvida a comunidade acadêmica nessa data a ser deferida.
Nossa mensagem é nítida:
#NãoAoFeminicídio