Contra a Violência Obstétrica! Por uma nova Caderneta da Gestante!

Contra a Violência Obstétrica! Por uma nova Caderneta da Gestante!
A importância deste abaixo-assinado

Na última semana, o Ministério da Saúde lançou a 6ª edição da Caderneta da Gestante. Utilizado nos atendimentos do SUS no Brasil todo, a nova edição traz informações absurdas que não estão de acordo com as práticas recentes que tentam evitar a violência obstétrica.
No lançamento, que aconteceu próximo ao Dia das Mães, o secretário de Atenção à Saúde Primária do Ministério da Saúde, zombou do termo violência obstétrica, dizendo: “Vamos parar de usar termos que não levam a nada, como violência obstétrica, que só provoca desagregação, coloca a culpa no profissional único, o que não tem o menor sentido”. Em dado momento, o secretário afirmou que o evento é um símbolo para homenagear o Dia das Mães, enquanto apoiava, justamente, a violência contra elas.
A caderneta estimula a episiotomia, corte feito na vagina durante o parto, que não tem nenhuma evidência científica de funcionamento e nem apoio da Organização Mundial da Saúde, desde 2018.
Além disso, também promove a amamentação exclusiva como método contraceptivo nos primeiros seis meses após o parto, uma diretriz bastante duvidosa — e não baseada em evidências.
O secretário também promoveu a manobra de Kristeller, que consiste em empurrar com as mãos, cotovelos e até mesmo subir na barriga (!!!) da gestante em trabalho de parto para empurrar o bebê, e que podem causar diversos danos à gestante e ao bebê, como: rotura uterina, grandes lacerações vaginais, fratura de costela, rotura de baço ou fígado, hematomas, descolamento prematuro de placenta, menor oxigenação para o feto, fraturas no feto.
Estas práticas são repudiadas fortemente pelo movimento de humanização do parto e claro, pela OMS, mas ainda seguem acontecendo em mais da metade dos partos no país, causando estragos à vida das mulheres e colocando bebês em risco.
Desde 2019, no Brasil, profissionais de saúde são proibidos de realizar a manobra de Kristeller por falta de evidências científicas que mostrem sua eficácia e também pelo potencial de dano à mãe e ao bebê. Em documento de 2017, o Ministério da Saúde afirma com todas as letras nas Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal que “a manobra de Kristeller não deve ser realizada”.
Queremos, portanto, a alteração da caderneta da gestante, difundida e utilizada pelo SUS, retirando estas práticas danosas não só à mãe, como ao bebê. Queremos uma nova e mais atual caderneta da gestante! Isso é um direito da paciente e dever do Estado!
Assine, apoie e compartilhe essa causa!
Precisamos nos mobilizar contra esse retrocesso!
#ChegaDeViolênciaObstétrica #PazParaParir #ParirSemViolência
Tomadores de decisão
- Ministério da Saúde
- Secretaria de Atenção Primária à Saúde
- Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
- Coordenação-Geral de Ciclos da Vida Coordenação de Saúde das Mulheres