Onde andará a Justiça, outrora perdida? Os Vereadores de Campinas não se deram por satisfeitos em aprovar os reajustes dos salários de servidores da Câmara e assessores em até generosos 40% e já tramita outro projeto de reajuste salarial.

Desta vez, os parlamentares levarão ao plenário propostas aprovadas em comissão de reajustes  para o Prefeito e Secretários.  O aumento de 16,69% incindirá nos salários que atualmente estão em R$23,4 mil, indo para R$27,3 mil e altera o teto salarial provocando um efeito cascata nos salários de 150 servidores. Se aprovado o projeto, o custo será de R$ 4 milhões a mais para os cofres públicos. 

Enquanto os parlamentares se apressam em garantir os reajustes teratológicos para o próximo ano de um grupo privilegiado, os servidores públicos deste município permanecem preteridos.

A prefeitura contingenciou despesas congelando nossos salários e compremeteu os orçamentos de todos os servidores, principalmente dos menos favorecidos. Agiu dentro da lei, é verdade. Mas Vale lembrar que esta medida também contempla os subsídios do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais, desde o decreto publicado no DO em 08/05/2020 na gestão do então prefeito Jonas Donizette - recepcionado pela Lei Completar 173/2020.

Sendo tal norma para cumprimento até o final deste ano, é inegável a percepção do Poder Legislativo em garantir os reajustes aos que a ele interessa. O próprio vereador da casa Marcelo Silva sugeriu durante a sessão do dia 29/11/2021 a possibilidade de existência de “rachadinha” na Casa. 

Não podemos mais esperar. É uma necessidade indiscutível e de responsabilidade dos nossos governantes enxergarem isso.

A inflação chegou a dois dígitos, e estamos cada vez mais enfraquecidos economicamente e temorosos com o impacto que esses seletivos reajustes podem causar no orçamento municipal. Com a regra do teto de gastos, esta concessão de aumento salarial  demandará redução de alguma outra despesa?

Somos nós servidores que fazemos com que direitos básicos como educação, saúde, segurança, assistência, entre outros, cheguem a todos os munícipes. E não há nenhum privilégio em executar essas tarefas hoje em dia. Sem valorização e, muitas vezes, sem nenhum tipo de respeito por parte dos governantes.

Não podemos mais esperar, se existe demanda para reajuste, então é preciso tratar o assunto com a seriedade que ele merece e contemplar todos os servidores efetivos municipais.