Os alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Higienópolis, posicionam-se por meio deste em caráter de repúdio ao desmonte do departamento artístico da universidade.

Em 2019, pela primeira vez em DEZOITO anos, não acontece a Mostra de Teatro do Mackenzie. Por meses, os alunos frequentaram os ensaios sem resposta quanto aos textos das peças enviados para aprovação e sem nenhuma perspetiva de que as apresentações aconteceriam. O encerramento das aulas foi organizado pelos próprios participantes, com a exibição de pequenas cenas na sala de aula, sem nenhuma estrutura.

No início do ano, foi informado que o prédio 48 seria demolido, deixando as turmas sem espaço para se reunirem. Na rua Major Sertório, consta um aviso "AQUI NOVO LOCAL DOS GRUPOS: de Música (Corais, Orquestra, Laboratório Coral e Oficina de Voz) e de Teatro (turmas do prof. Zédú Neves)". Nunca houve nenhuma mudança real e os grupos acabaram em uma sala improvisada no prédio de Educação Infantil. A situação foi de completo descaso e falta de respeito.

Por fim, no dia 29 de novembro, o professor Zédú Neves, que há 18 anos lidera a Mostra e as turmas de teatro com plena competência, foi desligado da universidade sem nenhuma justificativa. Outros membros do departamento também foram desligados anteriormente.

O teatro, juntamente com os corais universitários, há anos oferece oportunidades à comunidade mackenzista de desenvolver capacidades artísticas, comunicacionais e profissionais. Sem esses cursos livres, o Mackenzie não oferece nenhuma oportunidade do tipo aos alunos. É dever da universidade promover a arte no meio acadêmico, principalmente em tempos de descaso e desincentivo à cultura no país.

Ressaltamos ainda que os custos para manter as turmas são mínimos, sem grande necessidade de administração por parte do Mackenzie. Além disso, o auditório Ruy Barbosa, utilizado nas apresentações, possui grande estrutura que não é aproveitada com frequência, tornando-se um espaço vago.

Todos os participantes e espectadores possuem grande estima pelos cursos de Teatro e Coral e exigem um posicionamento dos responsáveis urgentemente. É inaceitável que o departamento de Artes seja desmontado!