Diga não ao EaD na educação básica

Diga não ao EaD na educação básica
Uma pandemia global, que em pouco mais de 04 meses matou mais de 40 mil pessoas pelo mundo, fechou escolas e superlotou hospitais nos países mais desenvolvidos – China, Espanha e Itália, para citar alguns - trouxe uma situação muito nova para os trabalhadores em educação e a comunidade escolar em geral. Dada a acertada medida de isolamento social como ação contra a transmissão do Covid-19, fica colocado em xeque a manutenção do ano letivo.
A garantia deste, muito convenientemente pensada pela secretaria de educação e governo do estado, foi a adoção temporária do EaD, ensino à distância, no ensino básico. Decretada pelo governo federal a desobrigação dos 200 dias letivos mas não as 800 horas, a secretaria de educação vem buscando no EaD uma saída para responder apenas à exigência desta carga horária. Contudo não leva em conta questões seríssimas que, não sendo cumpridas, comprometem a formação da maioria dos estudantes: a formação integral do estudante não prescinde da figura do professor, não existe formação sem professor; uma porcentagem enorme de estudantes não tem acesso à internet ou mesmo computadores para acessar o conteúdo virtual, o que configura diferença na sua formação; as escolas não tem estrutura para garantir o acesso à rede para eventuais estudantes que necessitem; não existe uma legislação que ampare o trabalho a distância ainda, e havendo esbarra na questão da estrutura; existe uma orientação da secretaria de educação em adotar a plataforma de forma regular no ensino básico conforme Bncc e lei 13.415 de 2016, porém sem avaliar as perdas pedagógicas implicadas; no mesmo sentido da orientação anterior a possível substituição da figura do professor de sala pelas aulas à distância com a consequente redução de salas de aula, nùmero de aulas e postos de trabalho.
Assim, entendemos que o posicionamento dos profissionais em educação e todos aqueles que de alguma forma valorizam a educação pública e a formação de nossos jovens deve ser contrária a adoção da plataforma ainda que de forma temporária, pois não garante de forma alguma a tão almejada qualidade da educação e, na verdade, rebaixa a formação daqueles que dependem da escola pública.